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A terceira edição do Festival Ibero-americano de Teatro de São Paulo, organizado pela Fundação Memorial da América Latina, começa em 8 de março e vai até o dia 14. Todos os 15 espetáculos principais têm entrada franca. Participam do Festibero montagens teatrais de Cuba, Portugal, Espanha, Brasil, Argentina, Peru, Uruguai, Colômbia e México. A mostra paralela – também gratuita – resgata os tempos áureos do circo-teatro. Ela se dará em uma lona montada ao lado do anfiteatro principal, onde o Circo de Teatro Tubinho diariamente apresentará uma peça diferente. Estão programadas mesas de debates e uma esperada oficina de dramaturgia, coordenada pelo mestre Chico de Assis. E uma homenagem ao dramaturgo Plínio Marcos, nos 10 anos da sua morte, com tarde de autógrafo do livro “Bendito Maldito-uma biografia de Plínio Marcos”, de Oswaldo Mendes.
Sinopses e fichas técnicas das peças da mostra principal do III Festibero
O Festibero foi criado em 2008 por iniciativa de Fernando Leça, presidente do Memorial, para identificar, estimular e colocar em contato iniciativas teatrais contemporâneas da grande nação latina. Idealizado, organizado e coordenado por Fernando Calvozo, diretor de atividades culturais do Memorial, este ano, a Comissão Curatorial do III Festibero foi encorpada com alguns nomes importantes do teatro brasileiro. Dela fazem parte a diretora teatral Elvira Gentil e os atores Paulo Betti e Lima Duarte. O Festival conta também com a assessoria da uruguaia Glória Levy, que desde Montevidéu ajuda a escolher os grupos teatrais da região do Mercosul, do português José Leitão e do produtor paulista Walter Malta.
A coordenação das meses de debates é da presidente da Apetesp, dramaturga e diretora teatral, Analy Alvarez. Entre os debatedores nacionais, estão confirmados Ligia Cortez, Rodolfo Garcia Vasquese e Ênio Gonçalves. Eles debaterão com convidados internacionais, entre os atores, diretores e produtores que apresentam suas peças no Festibero.
O Festibero é uma rara oportunidade para se ver espetáculos que dificilmente viriam ao Brasil e, deste modo, entrar em contato com grupos teatrais importantes, como por exemplo a Cia. Argos, formada em 1996, na cidade de Havana, em Cuba, que apresentará o espetáculo Final de Partida. Fundada pelo encenador Carlos Celdrán, professor do Instituto Superior de Arte de Cuba, a cia. já montou obras seminais como La Tríada o La Pequeña Orestíada, baseado na Oresteia de Esquilo e As Moscas de Jean Paul Sartre; Baal e El Alma Buena de Se-Chuan, ambos de Bertolt Brecht; La Vida es Sueño de Calderón de la Barca, A Menina Júlia de August Strindberg, Roberto Zucco de Bernard-Marie Koltès, Vida y Muerte de Pier Paolo Pasolini de Michel Azama, Stockman, Um Inimigo do Povo, de Henrik Ibsen, Chamaco, de Abel González Melo e Fango, de María Irene Fornés.
Outro grupo confirmado é o mexicano Entre Piernas, com a peça Tom Pain, una obra basada en nada, de Will Eno. O texto do dramaturgo americano foi montado pela primeira vez pelo Entre Piernas na cidade do México em 2008. Durante toda a peça, vemos um homem descalço sobre um bloco de gelo de verdade. A direção é do mexicano Alberto Villarreal.
Segundo ele, “Tom Pain reflete livremente sobre a alma de todos nós: os consumidores, os herdeiros do progresso da humanidade. É uma montagem cênica da vida interior do homem médio contemporâneo. Em um mundo que rende culto a personalidades de celebridades, Tom Pain enfoca a vida de um homem simples, alguém com quem topamos diariamente na rua (ou no nosso próprio espelho). Este teatro não oculta nossa vulnerabilidade. É uma radiografia dos resíduos do espírito humano contemporâneo; uma rebelião do espírito contra o prozac e os antidepressivos…”
Uma atração à parte do Festival será o Circo de Teatro Tubinho (www.tubinho.com.br), que vem pela primeira vez para uma temporada na capital, depois de percorrer as cidades do interior de São Paulo e Paraná, principalmente. Trata-se de uma grande companhia de 35 circenses, que cultivam a linguagem do circo-teatro como antigamente. Comandada pelo palhaço Tubinho (foto), a trupe interpreta um repertório de 90 textos cômicos. E mantém viva a tradição do circo-teatro, que foi muito popular nas primeiras décadas do século XX, até ser suplantado pelo cinema e depois pela televisão. Tubinho montará na Praça das Sombras do Memorial sua lona de 20 m X 26 m, suficiente para abrigar 800 cadeiras, e apresentará as clássicas peças de teatro popular “O Ébrio”, “Marcelino Pão e Vinho”, “A Canção de Bernadete”, e a comédia “O Baita Macho”.
A programação traz os seguintes espetáculos:
8 de março – segunda-feira – Brasil
20h30 – abertura oficial – auditório Simón Bolívar – sala 1
21h00 – Monólogo “O Ator”, de Chico Assis, com Lima Duarte, São Paulo, Brasil – aud. Simón Bolívar – sala 1
21h30 – “A Alma Boa de Setsuan”, de Bertolt Brecht, direção de Marco Antonio Braz, com Denise Fraga, Brasil – aud. Simón Bolívar – sala 1
9 de março – terça-feira – Uruguai e Argentina
19h00 – “Rodando”, de Alejandro Acobino e Germán Rodríguez, Cia. Rodando Teatro, Buenos Aires, Argentina – aud. Simón Bolívar – sala 2
21h00 – “Los Padres Terribles”, de Jean Cocteua, direção Alberto Zimberg, Montevideo, Uruguai – aud. Simón Bolívar – sala 1
10 de março – quarta-feira – Peru e Brasil
19h00 “As viúvas”, de Arthur de Azevedo, Grupo Tapa, Brasil – aud. Simón Bolívar – sala 2
21h00 “La importancia del abrazo”, Cia. Komilfó Teatro, Lima, Peru – aud. Simón Bolívar – sala 1
11 de março, quinta-feira – México e Colômbia
18h00 “Tom Pain”, de Will Eno, Entre Piernas Produciones, Cidade do México, México, Praça da Sombra/Circo Tubinho
19h00 “Tu Ternura Molotov”, de Gustavo Ott, Cia. Fundacion Teatro Nacional, Bogotá, Colômbia – Auditório Simón Bolívar – sala 2
21h00 “A Tempestade e os Mistérios da Ilha”, de Shakespeare, Santa Estação Cia. de Teatro, Porto Alegre, Brasil – Auditório Simón Bolívar – sala 1
12 de março – sexta-feira – Cuba e Brasil
19h00 “Sonho de uma noite de verão”, de Shakespeare, Grupo Rotunda, Campinas, Brasil – Auditório Símón Bolívar – sala 2
21h00 “Final de Partida”, de Samuel Beckett, Cia. Argos Teatro, Havana, Cuba – Auditório Simón Bolívar – sala 1
13 de março – sábado – Espanha e Brasil
17h00 Dez anos sem Plínio Marcos – Homenagem – tarde de autógrafo do livro “Bendito Maldito-uma biografia de Plínio Marcos”, de Oswaldo Mendes.
18h00 “Balada de um Palhaço”, de Plínio Marques, Cia. Arte & Fatos, Goiás, Brasil – Praça da Sombra/Circo do Tubinho
19h00 “As Troianas Vozes da Guerra”, inspirada em Eurípedes, Cia. Núcleo Experimental, São Paulo, Brasil – Auditório Simón Bolívar
21h00 “Gris Mate”, Inãki Rikarte, Cia. Katu Beltz, Países Bascos, Espanha – Auditório Simón Bolívar
(1) (3)
(2) (2)
14 de março – domingo – encerramento – Portugal e Brasil
19h00 “Homem das Cavernas”, São Paulo, Brasil – Auditório Simón Bolívar
21h00 “Lost in Space”, |Inspirado em “Alto Mar”, de Slawomir Mrozek, Cia. Kind of Black Box, Lisboa, Portugal – Auditório Simón Bolívar
Mostra paralela: Clássicos do circo-teatro, às 18h
9 de março – terça-feira
“A canção de Bernadete” – Cia. Circo Teatro Tubinho – SP – Brasil
10 de março – quarta-feira
“O Ébrio” – Cia Circo Teatro Tubinho – SP – Brasil
12 de março – sexta
“Marcelino Pão e Vinho” – Cia Circo Teatro Tubinho – SP – Brasil
14 de março – domingo
“Tubinho Baita Macho” – Cia Circo Teatro Tubinho – SP – Brasil
Atividades paralelas:
Mesas de Debates
Mesa 1 : quinta-feira, 11 de março, às 16 h, Sala dos Espelhos
Tema: As escolas de teatro melhoram o nível dos atores da nova geração?
Debatedores: Lígia Cortez, atriz e diretora teatral
Zé Carlos Andrade, professor
Rodolfo Garcia Vasques, diretor teatral
Convidado internacional:
Pilar Nunes, presidente da Rede Latino Americana de Produtores Culturais Independentes, de Lima, Peru.
Mediador: Lucia Capuani, professora e diretora teatral
Mesa 2: sexta-feira, 12 de março, às 16h, Sala dos Espelhos
Tema: As tendências da nova dramaturgia
Debatedores:
Chico de Assis, mestre em dramaturgia
Ênio Gonçalves, ator, autor e diretor teatral
Samir Yazbek, dramaturgo
Convidado internacional:
Raul Sansica – diretor do Festival de Teatro de Córdoba – Argentina
Mediadora: Analy Alvarez, presidente da Apetesp e diretora teatral
Mesa 3: sábado, 13 de março, às 16h, Sala dos Espelhos
Tema: Viabilidade das produções alternativas
Debatedores:
Alexandre Mate, professor
Efren Colombani, produtor cultural
Atílio Bari, ator e diretor teatral
Convidado internacional:
José Leitão, diretor teatral e coordenador do Festival Fazer a Festa, Porto, Portugal
Mediadora: Elvira Gentil
Oficina de Dramaturgia com Chico de Assis:
Sábado, 13 de março, das 12h30 àsa 15h30
Informações e inscrições: 3823.4787 (festiberoteatro@gmail.com)
Sinopses e fichas técnicas das peças da mostra principal do III Festibero
A história do Circo de Teatro Tubinho e as sinopses de seus espetáculos
Serviço:
Fundação Memorial da América Latina/Auditório Simón Bolívar
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 Barra Funda
Fone 11 3823.4600
ENTRADA FRANCA
Obs.: retirar ingresso na bilheteria do auditório a partir das 13h.