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III Bienal do Fim do Mundo.
“O Antropoceno”
Ushuaia. Argentina.
Benvindos,
Gostaria de agradecer a assistência a esta convocatoria, através da qual me corresponde, como Curadora Geral da III Bienal do Fim do Mundo, apresentar-lhes o projeto que terá lugar em Ushuaia (Argentina), durante a última semana de agosto do presente ano.
Também, gostaria de expressar meu agradecimento ao Exmo. Sr. D. Gustavo F. López, Vice-Secretário Geral da Presidência da Nação, a Federico Sciurano, prefeito de Usuahia, assim como a Alberto Grotessi, Presidente da Fundação Patagônia, que organiza esta Bienal, pela decisão que permite à mim liderar com grande satisfação e enorme responsabilidade este prestigioso encontro artístico.
Neste sentido, devo dizer que em meio às diversas linhas de pesquisa que tenho seguido durante todos estes anos de dedicação à promoção e difusão da arte contemporânea, destacam-se de maneira particular aquelas que estudam a arte como um elemento indispensável para a construção da realidade social.
O Antropoceno é o título da 3ª Bienal do Fim do Mundo. Trata-se de um conceito discursivo e unificador de todas as actividades que, de uma maneira transversal, serão programadas e englobadas neste novo encontro das artes contemporâneas.
Foi cunhado no ano 2000 pelo vencedor do Prêmio Nobel de Química Paul Krutzen, que considera que o comportamento humano sobre a terra nos recentes séculos foi definitivo para construir uma nova era geológica.
A utilização deste termo, como conceito geológico oficial, ganhou força a partir do ano 2008 graças à publicação de novos artigos que defendem esta tese. Através dela se explica que a ação humana teve um impacto significativo no clima e nos ecossistemas da Terra. Segundo William Ruddiman, os gases de efeito-estufa gerados pela intensa atividade agrícola do homem, impediram o início de uma nova glaciação.
Como sempre, trabalharei a partir da transversalidade das artes: Arte e Educação, Arte e Arquitetura, Arte e Gastronomia, Arte e Esporte, Arte e Literatura, Arte e Moda, cinema, música e performances, que serão apresentadas em diferentes espaços.
LUGAR: Ushuaia
O lugar da Bienal será Ushuaia (Argentina). É a Bienal da Argentina.
ESPAÇOS EXPOSITIVOS
Os espaços expositivos da mesma serão:
O Hangar
O Hangar do Comando da Área Naval Austral, com 5.000 m2, que desempenhou as funções de aeroporto durante a Guerra das Malvinas, albergará no seu interior a exploração dos quatro elementos fundamentais da natureza: terra, água, ar e fogo, com um espaço dedicado ao homem e outro à Arte e o Esporte.
O Cerro Castor
Muito próxima à Cidade de Ushuaia se encontra o centro de ski mais austral do mundo. Um lugar preservado com o objetivo de manter um espaço para a arte integrada à natureza. Na montanha se apresentarão diferentes instalações e a proposta “Arte e Moda”, desfiles, performances e vídeos.
A Casa Bebán
Este edifício, comprado da Suécia mediante um catálogo, foi construído entre os anos 1911 e 1913 por Tomás Fortunato Bebán, sendo sede da sucursal do Banco da Nação até 1915. Depois, em 1963, tornou-se residência da família Bebán, uma das primeiras povoadoras desta zona geográfica.
Alí se apresentará uma proposta sobre “Arte e Arquitetura” na qual serão apresentados desenhos de arquitetos argentinos. Em sua explanada será exposta uma instalação.
Os Skate parks
Em Ushuaia existem dois skate parks construídos ao ar livre com o objetivo de criar um ambiente recreativo onde os jovens possam praticar skateboarding, patinagem agressiva, roller, snakeboard e bmx, e deste modo poderem desenvolver esses esportes e aperfeiçoar suas técnicas.
Nestes espaços haverá intervenções de grupos de grafiteiros.
Antigo Presídio
Foi uma prisão que funcionou na cidade argentina de Ushuaia entre 1904 e 1947. A dureza das condições climatológicas e o isolamento geográfico da cidade mais austral do mundo reforçavam a segurança do presídio, destinado tanto a delinquentes comuns reincidentes como aos da mais alta periculosidade; o presídio também foi utilizado em algumas ocasiões para presos políticos.
Neste edifício, as atividades e propostas expositivas serão divididas em três períodos: “Todos a la cárcel” -uma homenagem ao diretor Luis García Berlanga, por seu filme homônimo-, “Estamos en la cárcel” e “Nos vamos de la cárcel”. Ao longo dos três, haverá propostas de “Arte e Gastronomia”.
O Centro Beagle
É um Centro Cultural situado no antigo aeroporto de Ushuaia. Nele ocorrerão concertos de jazz, música hip-hop e mágica, entre outras atividades.
A Casa da Cultura
É o centro onde convergem as diferentes atividades artísticas, pretende ser um lugar de todos e para todos, colaborando para a formação de um povo que deseja ser protagonista de sua própria história.
Aqui terá lugar o projeto “Arte e Educação” que também ocorrerá nos centros educativos.
O Museu da Legislatura
A antiga Sede do Poder Executivo, ocupada mais tarde pela Delegacia de Polícia e posteriormente pelo Poder Legislativo Provincial, foi agora transformada num novo e peculiar centro cultural, vinculado à Secretaria de Cultura Provincial.
Neste Museu será desenvolvida a proposta “Arte e Literatura”, através de uma instalação, de vídeo-arte, performances, recitais de poesia, etc.
O Barco Saint Christopher
Este barco está encalhado em Ushuaia desde 1957. Nos últimos anos foi endireitado e construiu-se um caminho até sua borda, de modo a adequar seu acesso aos visitantes.
O barco será o suporte de intervenção de um artista visual.
A Antiga Fábrica
Antigo recinto industrial dedicado à geração de energia.
Dentro do edifício se levará a cabo uma intervenção artística.
O cinema Packewaia
Nesta sala de cinema serão projetados os filmes “Todos a la cárcel”, como uma homenagem a Luis García Berlanga e “Los cuatro jinetes del Apocalipsis” com o qual se homenageará a Vicente Blasco Ibáñez, quem viveu durante certo tempo em Ushuaia.
DATA
Última semana de Agosto de 2011.
CONCEPÇÃO DA BIENAL
Foi concebida sob o trinômio arte/sociedade/ambiente.
PROPÓSITO E FUNÇÃO DA BIENAL
É um grande acontecimento artístico, cultural e mediático, turístico e cultural.
Mostra o conhecimento da atividade artística do momento histórico que vivemos, caracterizado pela transversalidade e a mestiçagem cultural.
PREMISSAS DA BIENAL
Inter-relaciona as artes.
Propicia o intercâmbio e a comunicação entre os artistas que participam e o público.
Atua como arquivo de idéias para ajudar a atualizar os critérios de análise e observação da arte.
Apresenta-se como ponto de encontro, reflexão e referência sobre os novos fenômenos sociais que irrompem na criatividade artística.
Favorece a integração de fatores sociais e ambientais.
Valoriza o tecido profissional e se concebe como um desafio para Ushuaia e a Patagônia.
É uma experiência enriquecedora, participativa e social.
Faz dialogar a arte com o ambiente e apresenta a arte como elemento indispensável para a construção de uma realidade.
Com o patrocínio civil e institucional consegue-se um benefício social.
Otimizará os fatores sociais e ambientais.
Para o lançamento da Bienal, conta-se com um patrimônio único no mundo: o valor geográfico ambiental da região e as pessoas de Ushuaia.
ARGUMENTO CULTURAL
Pretendemos criar cumplicidade entre a arte e o espectador com a finalidade de que ele se identifique com diferentes posturas sociais.
Parece-nos indispensável a interpretação artística: entre o homem e a natureza e entre a arte e a ciência.
Temos o desejo manifesto de integração com o entorno internacional, por isso, apresentaremos propostas de vertentes artísticas contemporâneas avançadas.
Trata-se um projeto internacional com repercussão no sector social e turístico.
Aproximará a arte em sua essência e estreitará a comunicação humana.
Será um acontecimento visual, participativo e enriquecedor para todos.
Ushuaia é o local adequado para desenvolver idéias artísticas que ajudem e favoreçam a criação de uma consciência mundial sobre a realidade do planeta.
A arte será apresentada como dinamizadora do entorno social, com a finalidade de que se cumpram princípios éticos e cívicos.
Para além de um projeto bianual artístico, trata-se de um “work in progress” com uma proposta expositiva séria, atraente e inovadora, que é acompanhada de um projeto didático e pedagógico.
Criará nexos entre arte e sociedade, tanto quanto entre a arte e seu público.
Esta Bienal, que é a Bienal da Argentina, será -dentro da Argentina- de um elemento dinamizador da cidade de Ushuaia e da Patagônia. Por isso, apresentamos a arte como uma fonte de qualidade de vida e como geradora crítica da atividade social, através do posicionamento da arte face à vida.
OPORTUNIDADES
Será multiplicadora da oferta de lazer cultural para a Terra do Fogo.
Agirá como plataforma para o turismo internacional, nacional e local.
Oferecerá a oportunidade de viver as novas correntes criativas inseridas na nossa realidade, revitalizando a nossa capacidade de percepção estética.
Propiciará a oferta de trabalho através da cultura, bem como do turismo e, portanto, gerando riqueza.
Proporcionará a oportunidade de criar idéias-força para um pacto ambiental.
Será uma oportunidade única para criar um laboratório de idéias.
CURADORES
A direção artística geral estará sob a responsabilidade de Consuelo Císcar Casabán, Diretora do IVAM.
A alma da Bienal será, como sempre, Alberto Grotessi, Presidente da fundação Patagônia “Arte e Desafio”. Fundação que organiza a Bienal.
Ibis Hernández (Cuba, crítica de arte), que foi uma das curadoras da primeira Bienal, selecionará os artistas da América Central e do Norte da América do Sul.
Fernando Farina (Argentina, crítico de arte), que foi curador para a Argentina na segunda Bienal, se ocupará, em conjunto com outros curadores argentinos: Alicia de Arteaga (crítica de arte), Ana Mª Batistozi (crítica de arte), Ana Mª Martinez Quijano (crítica de arte), de selecionar artistas deste país.
Karina Maddonni (Argentina, formada em artes visuais na IUNA, professora de pintura da Escola Nacional de Belas Artes e artista), que já participou nas anteriores Bienais, será a curadora do projeto “Arte e Moda” da Bienal e da proposta Arte e Educação.
Carol Damian (EUA, historiadora e crítica de arte, e diretora do FROST de Miami), estará encarregada da seleção dos artistas dominicanos.
Mª Cruz Alonso (Espanha, socióloga e diretora da SGAE para a Ásia e o Pacífico) se ocupará da seleção de artistas chineses.
Conie Castillo (Argentina, gestora cultural e da juventude em Ushuaia), desempenhará a coordenação das atividades desenvolvidas no Centro Beagle e nos Skate parks.
José Mª Lozano (Espanha, catedrático de arquitetura) dirigirá a proposta “Arte e Arquitetura” e será o arquiteto museístico da Bienal.
Esteban Campolongo (Argentina, arquiteto), realizará a sinalização da Bienal.
Rafael Sierra (Espanha, crítico de arte e diretor da Revista Descubrir el Arte), realizará junto comigo uma exposição da colecção do IVAM, em sua maioria, composta de instalações, esculturas e novos meios.
ATIVIDADES PRÉ-BIENAL
As bienais distinguem-se pelos projetos que permancem após sua realização. A terceira edição da Bienal do Fim do Mundo construirá um “Museu de Museus”. Entorno a este projeto, eu como Diretora do IVAM tenho trabalhado nos últimos anos, buscando a definição de uma manifestação artística em sintonia com a Sustentabilidade e cuja sede permanente pode chegar a ser o Museu de Museus, localizado na cidade de Ushuaia.
As Faculdades de Arquitetura da Universidade de Belgrano na Argentina, a do Instituto Politécnico de Turim e a da Universidade de Pisa realizaram Workshops relacionados com o tema.
A Escola de Arquitetura da Universidade Politécnica de Valência junta-se a este trabalho partilhado através da organização de um Workshop Intensivo Internacional. Nele conta com a participação de estudantes italianos e espanhóis provenientes das três Universidades acima referidas, dirigidos por docentes de todas elas. O Workshop, propiciado pelo IVAM, tornou-se a primeira das atividades pré-bienal, inserindo-se concretamente na área “Arte e Arquitetura”.
Nesta ocasião tratou-se de indagar sobre estratégias territoriais que melhorem a qualidade de vida da cidade de Ushuaia e suas relações com a península entre baías. Nela se encontram o novo aeroporto, o antigo, e uma possível localização para o Museu (junto à Baía Golondrina), cuja instalação e funcionamento devem valorizar o território. Ao mesmo tempo, o Museu se erige como ícone cultural e artístico que a cidade acrescentará à sua reconhecida e merecida marca de identidade, alcançada devido à sua privilegiada localização geográfica, à beleza da sua paisagem, a sua interessante cultura étnica e social e à magia da sua atmosfera.
O Workshop desenvolveu-se de uma forma intensa, com mais de cinquenta horas presenciais e a participação permanente dos seus integrantes, e foi assistido pelos seguintes professores: Paolo Riani (Universidade de Pisa), Roberto Pagani, Corrado Carbonaro, Gabrielle Druetta (Instituto Politécnico de Turim), José Manuel Barrera, José Durán, Ana Lozano, Ignacio Marí (UPV), os arquitetos Edgardo Salamazo, Esteban Campolongo e Belén Chirivella. E foi dirigido pelo Catedrático de Projetos Arquitetônicos da UPV José María Lozano Velasco, membro do Conselho Reitor do IVAM.
Os participantes, divididos em cinco grupos compostos por estudantes de cada uma das três Universidades, trabalharam primeiro na análise da informação, transmitindo a demais estudantes universitários, em sessão pública, as suas conclusões a respeito de: geopolítica, clima, paisagem, população e trama urbana. Depois, trabalharam nas suas próprias propostas de intervenção.
Foram ministradas doze aulas teóricas e uma conferência sobre a obra de jovens arquitetos alicantinos emergentes. O workshop foi inaugurado pela Sra. Carla Fulgenzi, Secretária de Promoção, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos da Intendência de Ushuaia, pelo Presidente da Fundação Patagônia Arte e Desafio, Alberto Grottesi, e contou com a participação do empresário de Ushuaia Ezequiel Rodríguez.
Neste workshop foram obtidas soluções criativas, simples e adequadas.
SOLUÇÕES / PROPOSTAS:
USHUAIA EM EBULIÇÃO é uma bonita alegoria das racionais propostas de habitação coletiva, herdadas da tradição dos primeiros povoadores da região, e ao mesmo tempo, consequentes com os avanços de uma técnica sustentável que faz da luz não só uma ferramenta, mas também uma matéria-prima. Trata-se de um resultado bonito e acolhedor, tal como uma carícia materna.
REDES HABITADAS de pontos magnéticos de energia e de cultura que geram tecidos orgânicos complexos, suportes delicados de formas de habitar regidas por novos paradigmas e sinais de identidade adquiridos com a decisão e o empenho de quem procura uma terra prometida. Uma cidade sulcada e marcada “a fogo lento” por uma chama acesa que se movimenta e vivifica.
USHUAIA IS NOT THE END, como uma espécie de contaminação positivada que aproxima o mar da floresta até se juntar num limite difuso que não distingue entre o verde e o asfalto. Uma natureza domesticada e habitada, regenerando espaços e infra-estruturas que elevam a sua qualidade de vida, ao passo que lhe devolvem uma parte do que tinha sido roubado.
USHUAIA POLIMÓRFICA, PULSANTE, EFÉMERA é um diagnóstico correto sobre a convulsa situação de um lugar mágico que se transforma e modifica constantemente, de leituras diversas nas suas longas noites de inverno ou nas pouco duradouras de um verão curto e muito pouco caloroso. Sempre raivosa e apaixonada e, por instantes, discreta e calma.
A LUZ DA RICERCA indaga a respeito das possibilidades da criação de um pólo de investigação ao redor da Antárctida e sobre sua representação formal através de um “farol” urbano que, ligado através de um funicular ao porto, materializa a ideia; enquanto pontos de luz disseminados funcionam como um suporte abstrato de novas funções residenciais.
Sobre estes assuntos, o grande artista canário César Manrique dizia que “Vivemos um espaço de tempo tão curto sobre este planeta que cada um de nossos passos deve estar encaminhado a construir mais e mais o espaço sonhado da utopia. Construamos conjuntamente este espaço: é a única maneira de torná-lo possível.”
A ordem da natureza é um jogo dialético, como já indicavam pensadores como Plínio O Velho durante a Roma Clássica. Por isso, grandes artistas do século XX e XXI remetem-se, como veremos nesta Bienal, a esta idéia para reinterpretá-la entorno à relação que se estabelece entre homem e natureza, entre ciência e arte.
No conjunto da produção artística que poderá ser observada durante a Bienal, late uma vontade manifesta de integração com o entorno natural. Faltando poucos meses para o início da terceira Bienal do Fim do Mundo, temos a certeza, neste caso devido à confiança que nos depara o trabalho de reflexão realizado, que os preparativos avançarão velozmente e o calendário será cumprido para lograr os projetos previstos.
A aldeia global da qual poucos podemos escapar, abre expectativas irreconhecíveis se dirigirmos nosso olhar há apenas duas décadas atrás. No entanto, nesta aldeia é necessário situar-se numa posição privilegida frente às profundas mudanças que ainda estão por chegar. E esta é a melhor ocasião para tal.
Se formos capazes de aproximar-nos à arte como aquilo que de fato ela é em sua essência, isto é, o prazer dos sentidos para estreitar a comunicação humana, posso garantir-lhes que o esforço realizado terá valido a pena.
Por esta razão, Ushuaia se torna uma referência incomparável para desenvolver idéias artísticas que favoreçam a criação de uma consciência mundial sobre a realidade do planeta, e que contribua a paliar as graves consecuências medio-ambientais que possam vir a ocorrer a médio prazo.
Acredito que uma Bienal como esta deve responder a certos princípios éticos e cívicos como órgão dinamizador do meio social e artístico que é, de forma a conectar a arte contemporânea com os assuntos mais iminentes que sofre a sociedade hoje em dia.
No meu modo de entender, é preciso que uma Bienal, além de propor um circuito expositivo sério, atrativo e inovador, se complemente através de um marco teórico que permita divulgar a diferentes públicos o trabalho que os artistas geraram.
Deste modo, nesta Bienal incorporaremos todas as expressões artísticas possíveis, que utilizam todas as idéias existentes na arte e que estão estreitamente ligadas à idéia de que a arte é uma postura frente à vida.
CONCLUSÕES
A Bienal do Fim do Mundo. O Antropoceno condensa em seu título muitos sonhos, muitos esforços, e inclusive algumas noites de vigilia. No entanto, agora é o momento de apresentar esta nova edição da bienal como um acontecimento magno e pelo qual devo felicitar a todos vocês.
Abramos assim, essa caixa de surpresas como se se tratara de um bloco sonoro e com o qual, através da imaginação, pudéssemos dançar com a moda, escutar os ventos, trepar pelas artes plásticas, pintar cenários ou vestir nossos sonhos sobre uma tela.
A transversalidade, a mestiçagem, o diálogo, a cooperação e a interdisciplinaridade das artes, plenas de conteúdo reflexivo e emotivo, permitirão construir um encontro cultural, polifônico, original e social.
Gostaria de pedir a colaboração e confiança de vocês neste projeto, que espera contar con seu apoio, para que entre todos deixemos ouvir nossas vozes, que apostam solidariamente na prática artística como meio para melhorar varios aspectos da vida.
Se o homem é o causador da era do “Antropoceno”, o homem também pode reverter esta situação e iniciar uma nova era que siga o lema: arte, vida e natureza.
Obrigada mais uma vez a todas as pessoas que me acompanham, pela acolhida e apoio nesta apresentação e por contribuírem às expectativas que deposito neste projeto.
Consuelo Císcar Casabán
Curadora Geral
III Bienal do Fim do Mundo
Diretora do IVAM