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A exposição ‘Correspondências Nasca’ foi inaugurada no dia 12 de agosto com uma palestra sobre o projeto que deu origem à exposição. O Nasca Projekt Dresden é um projeto da Associação Maria Reiche que reúne cientistas e artistas em torno das misteriosas Linhas de Nasca, ao Sul do Peru.
A geógrafa Christiane Richter falou sobre as Linhas de Nasca como Patrimônio da Humanidade. As linhas foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1995. Muito antes disso, a pesquisadora alemã Maria Reiche passou pelo menos 40 anos de sua vida morando e estudando o deserto de 500 km2 onde estão as Linhas de Nasca. A Dra. Reiche morreu em 1998, mas seu trabalho teve continuidade por meio da associação alemã que leva o seu nome.
Atualmente, a Associação Maria Reiche trabalha com a conservação do patrimônio em forma digital, a verificação da teoria astronômica sobre as Linhas de Nasca (existem várias teorias de como e por quem as linhas foram traçadas e o que elas representam), reconstrução de figuras em outros espaços, medições digitais do terreno para fazer animações, entre outras coisas.
Este trabalho, que vem sendo desenvolvido desde 1994, quando a associação foi fundada, em 2005, ganhou a participação de dois artistas plásticos, o alemão Christoph Rust e o brasileiro Alex Cerveny. A exposição ‘Correspondências Nasca’ nasceu de um vôo de helicóptero que os artistas realizaram sobre a região sul do Peru, em setembro de 2005, em um encontro propiciado pela Universidade de Bielefeld. A bordo estavam também os geógrafos alemães Bernard Teichert e Christiane Richter.
A partir da correspondência que se deu posteriormente entre os artistas e com a ajuda dos cientistas nasceu esta exposição. As obras de Cerveny e Rust fazem uma releitura atualizada dos geóglifos de Nasca por meio da arte, história e tecnologia. A mostra, que conta com cerca de 80 trabalhos, já teve lugar na Galeria de Arte do ZIF (Zentrum fur interdisziplinare Forschung) da Universidade de Bielefeld na Alemanha. O acervo foi acrescido de obras especialmente projetadas para ocupar o espaço circular da Galeria Marta Traba.
Os geóglifos de Nasca são gigantescas gravuras impressas no solo e lembram figuras geométricas, formas humanas e de animais, mas somente quando observadas do alto. Os desenhos foram realizados pelos povos Paracas e Nasca, que floresceram entre 200 a.C. e 650 d.C. ao longo de rios que desciam dos Andes.
O deserto peruano, onde está localizada a área de Nasca, estende-se por mais de 1.400 milhas ao longo do Oceano Pacifico. Não existe areia neste deserto. O solo, formado por pedras vermelho-escuro, foi escavado durante anos por aquele povo antigo seguindo um padrão. As valas criadas por eles expuseram o subsolo mais claro e resultaram nas Linhas de Nasca.
As proporções das figuras e a finalidade do projeto levaram alguns a especularem que teriam sido feitas por seres de outros planetas. O escritor suíço Erich von Däniken, autor do best-seller “Eram os deuses astronautas?” (1966) acredita que as linhas de Nasca formam um “astroporto” para naves extraterrestres.
O fato de as figuras terem permanecido intactas durante centenas de anos e as razões que motivaram um povo a desenvolver tal projeto continuam desconhecidos.
A exposição, que fica em cartaz até 7 de setembro, com entrada franca, conta ainda com uma série de oficinas que serão coordenadas pelo artista brasileiro Alex Cerveny nos dias 14, 19, 21, 26 e 28, das 14h30 às 16h30. Serão encontros destinados à reflexão do desenho como linguagem universal. As oficinas terão formato de atelier livre, onde cada participante será orientado individualmente a partir de seus objetivos pessoais.
Fotos: Fábio Pagan
Correspondências Nasca
De13 de agosto a 7 de setembro
De terça a domingo, das 9h às 18h
Entrada Franca
Oficinas de arte: “Linhas de Nasca – experiências em desenho e gravura”
Dias 14, 19, 21, 26 e 28, das 14h30 às 16h30
Inscrições por email: alicequadrado@gmail.com ou angelabarbour@memorial.sp.gov.br
Tel. 3823-4704
Memorial da América Latina
Galeria Marta Traba – Portões 1 e 5
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda
Tel. 3823-4600