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Há 3 anos, Fundação retomou o Projeto Adoniram, que em 2010 é especial em celebração dos 100 anos de nascimento do autor de "saudosa maloca".
Nenhum outro artista representa tão bem a música popular paulistana como Adoniran Barbosa, de quem nesta sexta, 6, se comemora o centenário de nascimento. Nos quase 50 anos em que militou no meio artístico do rádio, da televisão, da produção fonográfica e nas rodas de samba dos bairros boêmios de São Paulo, Adoniran sempre se destacou pela capacidade de transformar em versos bem humorados o dia a dia das personagens que fizeram a história da capital paulista na segunda metade do século XX.
Impossível fazer justiça ao talento e à valiosa contribuição de Adoniran Barbosa para a música popular brasileira em poucas palavras. O melhor modo para que o Brasil se lembre sempre da importância do seu nome e ajude a perpetuar a sua memória foi encontrado Estado ao criar e manter funcionando, durante quase dez anos, entre 1990 e 2000, o Projeto Adoniran Barbosa. O trabalho de centenas de cantores brasileiros foi apresentado para o grande público. Infelizmente, para tristeza dos artistas e do público, as apresentações foram suspensas, mantendo-se a interrupção até 2007.
A partir de março de 2007, por iniciativa da Fundação Memorial da América Latina, o Projeto Adoniran voltou à cena, no seu grande auditório e na sala dos espelhos, para divulgar a boa música popular brasileira para um público que merece e deseja reverenciá-la. Isso a preço subsidiado (R$ 15,00 e meia-entrada ou gratuito). Porque, afinal, não há no Brasil quem nunca tenha cantarolado pelo menos alguns versos de “Trem das Onze”, “Saudosa Maloca”, “O Samba do Arnesto”, “Iracema”, “As Mariposa” e tantas outras. Em todas elas Adoniran pintou um pouco do retrato que conhecemos da São Paulo, atacada pelo progresso do pós-guerra.
Desde então, a Fundação Memorial trouxe ao projeto artistas inquestionáveis, como Toquinho, Chico César, Fátima Guedes, Arrigo Barnabé, Evinha, Vânia Bastos & Eduardo Gudin, Ná Ozzetti, Alaíde Costa & João Carlos Assis Brasil, Wagner Tiso, Célia, Zezé Motta, Suzana Salles & Arthur Nestrovski, Maria Alcina, Mônica Salmaso & Toninho Ferragutti, Demônios da Garoa, Dóris Monteiro, João Bosco, Claudia Telles, Wanderléa, Maria Dapaz, Maria Martha, Boca Livre, Claudya, Adyel Silva, MPB4, Yara Marques & Banda do Atílio, Flavio Venturini, Ivete Souza, Milena, Ivan Lins, Klebi Nori, Luiz Avelima, Zé Luiz Mazziotti, Ed Motta Tetê Espíndola & Alzira E, Fabiana Cozza, Ângela Ro Ro, Ataulpho Alves Júnior, Vania Abreu, Passoca, Jane Duboc, Ana Bernardo, Lenine Santos, Raíces de América, Anastácia, Maria Odete, Celso Viáfora, Tie, Tradicional Jazz Band e Paulinho Tapajós, dentre outros.
Este é o conceito do Projeto Adoniran do Memorial. Oferecer o palco a músicos de qualidade comprovada, que desempenham ou desempenharam um papel importante na história da música popular brasileira, mesmo que, em alguns casos, estejam fora da mídia. Haveria forma melhor de homenagear Adoniran Barbosa?
Uma coisa é certa. Na Fundação Memorial da América Latina o centenário de Adoniran Barbosa está sendo comemorado no ano inteiro. É em homenagem a ele, portanto, que um dos maiores nomes da MPB – Moraes Moreira -se apresenta no Auditório Simón Bolívar, com ingresso subsidiado a R$ 15,00, no dia 19 de agosto,às 20h30; e o mundialmente conhecido gaitista Clayber de Souza e trio tocam gratuitamente na Sala de Espelhos, na quinta, 26 de agosto.