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A 3ª Bienal do Fim do Mundo – que se realizará em agosto deste ano em Ushuaia, na Terra do Fogo, Argentina – será lançada oficialmente em São Paulo, no dia 24 de fevereiro, no Salão de Atos do Memorial da América Latina, às 11h da manhã. A cerimônia contará com a presença da espanhola Consuelo Ciscar (foto abaixo), diretora do Instituto Valenciano de Arte Moderna (IVAM), e curadora dessa edição. O Memorial apóia a Bienal do Fim do Mundo desde a sua primeira edição, em parceria com a Fundação Patagônia Arte & Desafio. Apoio institucional, logístico e artístico. Inclusive a primeira curadora para artistas não argentinos desta Bienal foi Leonora Amarante, editora executiva da Revista Nossa América e do Departamento de Publicações do Memorial.
Em 2011 o temá geral será El Antropoceno, como é conhecida a atual era geológica causada pela interferência do ser humano no planeta. A transversalidae da arte será o eixo do qual sairão as seguintes linhas: Arte e Educação, Arte e Arquitetura, Arte e Gastronomia, Arte e Literatura, Arte e Moda, Arte e Desporte, assim como cinema, música e performances.
Segundo Alberto Grottesi Errazu, presidente da Fundación Patagonia Arte & Desafio, entidade organizadora do evento, “esta será a Bienal do Bicentenário”, em referência ao início do processo de independência da maioria dos países latino-americanos, comemorado o ano passado. No encontro com a curadora Consuelo Ciscar, serão apresentados os conceitos que sustentarão a Bienal e que servirão de ponte para dinamizar a cidade de Ushuaia e a Patagônia.
A Terra del Fuego era conhecida pelos navegantes antigos como o “fim do mundo”. Atualmente, a população assumiu essa idéia e colocou uma placa logo na entrada da cidade dizendo “Bem vindo ao Fim do Mundo”. Lá viviam os Shelk´nam (ou Onas), um povo primitivo que foi exterminado pelos colonizadores. Eles viviam nus, cobertos apenas pela pele de guanaco, pintavam o corpo e usavam máscaras. Para se proteger, envolviam seus pés com o couro desse animal, o que deixava grandes marcas na neve. Daí a origem dos lendários patagões e do nome Patagônia. No séc. XVI, ao longo da costa da Terra del Fuelgo, os Shelk´nam acendiam fogueiras, quando se aproximavam os navios espanhóis, portugueses, franceses e ingleses. Daí o nome Terra del Fuelgo.
Hoje a região é pouco habitada, mas é muito procurada pelos turistas, inclusive brasileiros, especialmente aqueles que fazem o chamado “turismo de aventura”. A Bienal do Fim do Mundo vem acrescentar uma atração artística à região. Por ser tradicionalmente tida como o “fim do mundo”, Ushuaia se tornou um lugar simbólico, onde por meio das artes pode-se unir os antípodas.
O Memorial também mantém convênio com o Instituto Valenciano de Arte Moderna (IVAM), que anualmente monta uma exposição na Galeria Marta Traba. Desta feita, é a mostra coletiva “Identidade Feminina”, que abre dia 22 de fevereiro, com entrada franca. Inaugurado em 1989, o IVAM vem formando um importante acervo de arte contemporânea, com mais de 10 mil obras do final do séc.XX e início do séc. XXI, entre fotografia, fotomontagem, pop art, abstracionismo, escultura, instalações, novos meios e arte sobre papel. Segundo sua diretora, “hoje o IVAM consolidou seu prestígio e se adaptou à globosfera para se converter em uma referência não só da cidade mas da arte contemporânea”. É essa experiência que Consuelo Ciscar leva para a 3ª Bienal do Fim do Mundo e trouxe ao Memorial na mostra “Identidade Feminina”